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Como a gestação tardia influencia a saúde materna e do bebê

Atualizado: 6 de out. de 2022



Os avanços das tecnologias de reprodução e a doação de óvulos nos últimos anos têm possibilitado a gestação e concepção em mulheres que estão na perimenopausa (período que antecede o fim da vida reprodutiva da mulher) ou com mais de 50 anos que já entraram na menopausa.


Recentemente, o anúncio da gestação de uma atriz de 55 anos ganhou destaque nos diversos canais de comunicação. Isto trouxe à tona um importante questionamento a respeito dos efeitos da gestação tardia para a saúde materna e do bebê.


O que define a gestação tardia?


A gestação em idade tardia diz respeito às mulheres que engravidam após os 35 anos de idade. No entanto, alguns pesquisadores consideram as gestações tardias aquelas que ocorrem em mulheres entre 35 e 39 anos. Já as que ocorrem em mulheres com mais de 40, são consideradas muito tardias.


Mas, além da idade avançada, é preciso levar em consideração o envelhecimento biológico do sistema reprodutivo. Ou seja, as alterações que levam à diminuição das funções moleculares, celulares e fisiológicas. Isso é importante visto que mulheres da mesma idade (cronológica) podem apresentar idades biológicas diferentes.


Envelhecimento reprodutivo feminino


A vida reprodutiva das mulheres é marcada por importantes oscilações hormonais que acontecem desde a primeira menstruação e continuam até a entrada na menopausa.


Mas, o envelhecimento ovariano começa muito antes deste período e leva à diminuição gradativa da capacidade reprodutiva da mulher devido à diminuição da quantidade e da qualidade de seus óvulos. Neste período, os hormônios estrógeno e progesterona deixam de ser produzido pelos ovários e o feedback entre eles e o eixo hipotalâmico-hipofisário é perdido, o que leva ao aumento da liberação do hormônio folículo estimulante (FSH). E a avaliação dos níveis destes hormônios pode ser utilizada como biomarcadores da função reprodutiva.


Além destes, a dosagem dos níveis do hormônio anti-mulleriano (AMH), que regula o desenvolvimento e o crescimento dos folículos ovarianos é um importante biomarcador do envelhecimento reprodutivo. Sua dosagem é muito utilizada para estimar a quantidade de óvulos que a mulher tem disponível (reserva ovariana) durante o processo de fertilização in vitro e sua concentração, assim como a quantidade de óvulos, diminui com o avanço da idade.


Como a gestação tardia pode impactar a saúde materna


Para que a gestação seja bem-sucedida, o óvulo fecundado deve ser implantado no útero de maneira apropriada. No entanto, estudos em diferentes espécies, inclusive nos seres humanos, apontam que a gestação em idade tardia pode comprometer a taxa de implantação. Isso parece estar relacionado com a menor expressão de receptores de estrógeno e progesterona no endométrio e a redução do fluxo sanguíneo uterino.


Gestações em idades mais avançadas também parecem estar relacionadas à maior ocorrência de partos prematuros e de cesarianas. Além disso, a incidência de distúrbios hipertensivos (pré-eclâmpsia) ou metabólicos (diabetes gestacional) parece ser maior nas gestantes tardias do que em mulheres jovens.


Como a gravidez tardia pode impactar a saúde do bebê


A gestação tardia parece comprometer o desenvolvimento da placenta e sua função devido à alteração da expressão de fatores que promovem sua vascularização.


Estudos sugerem que há uma relação positiva entre a idade da gestante e o peso placentário, o que pode levar à restrição do crescimento uterino e menor peso corporal do feto, reduzindo a eficiência da placenta em realizar a troca de nutrientes, gases e outras substâncias entre a mãe e o bebê.


Essa restrição do crescimento intrauterino impacta negativamente a saúde do bebê em desenvolvimento a longo prazo e está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, como a hipertensão. Na vida adulta, estes indivíduos também podem apresentar aumento do índice de massa corporal, da circunferência abdominal e hiperlipidemia.


O diabetes gestacional expõe o feto à hiperglicemia e traz sérias consequências para a sua saúde, como a macrossomia (peso corporal acima do normal de acordo com a idade gestacional). Ao longo de sua vida, estes indivíduos podem apresentar sobrepeso, resistência insulínica ou desenvolver diabetes do tipo 2.


Estes são apenas alguns dos efeitos de como a gestação tardia afeta a saúde materna e do bebê. No entanto, mais estudos são necessários para compreender o papel da idade cronológica e biológica nestas gestações, assim como as intervenções relacionadas ao estilo de vida (alimentação e exercício físico) e à forma de fertilização (in vitro, doação de óvulos).


Mas, aqui no Laboratório Biocenter, você realizar a dosagem dos seus hormônios para avaliar a sua função reprodutiva. Contudo, isto só deve ser realizado após avaliação e indicação médica.


Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.


Referências científicas:

Biagioni EM, May LE, Broskey NT. The impact of advanced maternal age on pregnancy and offspring health: A mechanistic role for placental angiogenic growth mediators. Placenta. 2021 Mar;106:15-21. doi: 10.1016/j.placenta.2021.01.024.


Schwartz A, Many A, Shapira U, Rosenberg Friedman M, Yogev Y, Avnon T, Agrawal S, Shinar S. Perinatal outcomes of pregnancy in the fifth decade and beyond- a comparison of very advanced maternal age groups. Sci Rep. 2020 Feb 4;10(1):1809. doi: 10.1038/s41598-020-58583-6.



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