Que todos nós devemos ter uma alimentação saudável, não é novidade nenhuma. Mas, durante a gestação estes cuidados são ainda mais importantes e podem impactar na saúde materna e do bebê em desenvolvimento.
A deficiência ou o excesso nutricional podem modificar o ambiente intrauterino, o que faz com o feto se adapte à quantidade de nutrientes disponível para ele. Este processo epigenético é conhecido como programação fetal e pode predispor o bebê a doenças metabólicas e outras condições.
Um desses nutrientes é a vitamina D!
Esta vitamina é sintetizada na pele principalmente por meio da ação da luz ultravioleta (UVB) proveniente dos raios solares e pode ser absorvida pela dieta ou pela sua suplementação em pequenas concentrações. Além disso, desempenha diversos papeis essenciais no nosso organismo como a função muscular, metabólica, reprodutiva e imunológica.
Desta forma, a deficiência de vitamina d pode ser considerada um problema de saúde pública em escala global e estima-se que cerca de 70% das gestantes apresentam deficiência desta vitamina.
A vitamina D é transportada pela corrente sanguínea ligada à proteína ligante de vitamina D, que é metabolizada no fígado e dá origem a 1,25 Dehidroxi-vitamina D (sua forma ativa). Além disso, o seu receptor (VDR) está expressos em vários tecidos, inclusive nos músculos.
Mas qual é o impacto da deficiência de vitamina D na saúde dos filhos?
Assim como outros nutrientes essenciais, a vitamina D é capaz de atravessar a placenta. Desta forma, se a mãe apresenta déficit dessa vitamina, o mesmo acontece com o bebê.
Um estudo recente realizado em ratos demonstrou que a deficiência materna desta vitamina induz atrofia muscular em filhotes machos, mas esta resposta foi revertida entre 60 e 180 dias após o desmame.
Mas, além de afetar a função muscular, a falta da vitamina D pode aumentar a chance de a criança vir a desenvolver asma, comprometer a função das células pancreáticas e aumentar o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como a esclerose múltipla. Esta condição se caracteriza pela desmielinização das células neurais, o que compromete a velocidade e a precisão da transmissão dos impulsos nervosos.
Contudo, estas são apenas algumas das complicações associadas à falta da vitamina D para o crescimento e desenvolvimento do bebê.
E como a saúde da mãe é afetada?
Se a mulher deseja engravidar, é muito importante avaliar os níveis de vitamina D no sangue, dado que esta vitamina atua nos ovários estimulando a síntese dos hormônios sexuais (estrógeno e progesterona) e, portanto, sua deficiência pode comprometer a fertilidade. Diversos estudos, inclusive relacionam níveis plasmáticos elevados de vitamina D com o maior sucesso no processo de fertilização in vitro em mulheres inférteis.
Cabe ressaltar, ainda, que a deficiência de vitamina D contribui para o aumento do risco de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro. Por isso, se você está grávida ou pretende engravidar, não deixe de realizar a dosagem de sua vitamina D.
Lembrete: Os exames só devem ser realizados após avaliação e indicação médica.
Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.
Referências:
Killeen S. L, Geraghty A. A, O’Brien E. C, O’Reilly S. L, Yelverton C. A, McAuliffe F. M (2022). Addressing the gaps in nutritional care before and during pregnancy. Proceedings of Nutrition Society.
Reis N. G, Assis, A. P, Lautherbach N et al (2022). Maternal vitamin D deficiency affects the morphology and function of glycolutic muscle in adult offspring rats. Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle.
Mansur, J. L, Oliveri, B, Giacoia E, Fusaro D, Costanzo P. R (2022). Vitamin D: before, during and after pregnancy: effect on neonates and children. Nutrients.
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