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Câncer colorretal - Tudo o que você precisa saber!


O câncer colorretal é uma doença intestinal grave que afeta as porções do cólon (intestino grosso) e reto. Esse tipo de câncer é responsável por cerca de 10% de todos os cânceres diagnosticados anualmente e é o segundo mais prevalente em mulheres e o terceiro em homens, segundos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).


Apesar da alta incidência, o câncer colorretal é tratável se diagnosticado de forma precoce e cada vez mais os exames de triagem têm sido eficazes na tentativa de diminuir os casos da doença.


Em geral, esse tipo de câncer se desenvolve a partir de lesões crônicas na parede do intestino ou a partir de pólipos intestinais que evoluem com o passar do tempo para tumores malignos.


O que são pólipos intestinais?


Os pólipos intestinais são alterações que podem aparecer no intestino devido à proliferação excessiva de células presentes na mucosa do intestino grosso. Esses pólipos crescem na parede intestinal e se projetam para o interior do intestino ou do reto. Eles podem ser benignos (grande maioria), pré-cancerosos (adenomatoso) ou cancerosos (carcinoma maligno).


Alguns pólipos podem apresentar a forma de cogumelo, enquanto outros se parecem com verrugas. Eles são mais frequentemente encontrados em pessoas com idade acima de 50 anos, mas isso não é uma regra. O tamanho dos pólipos pode variar, no entanto, quanto maiores, mais chances de se tornarem tumores malignos.


Então, a presença de pólipos indica câncer intestinal?


Não necessariamente, pois como mencionado, a maioria é benigno. O grande problema é que as células dos pólipos estão em transição entre comuns e cancerígenas e podem evoluir com o tempo para um tumor maligno. Por isso, recomenda-se a retirada deles para evitar problemas futuros.


Estudos científicos indicam que os cânceres colorretais têm como origem células-tronco da mucosa intestinal. Células-tronco são células não especializadas que possuem um potencial de multiplicação e diferenciação alto, sendo responsáveis pela renovação das nossas células ao longo da vida.


No entanto, alterações genéticas e epigenéticas que inativam genes supressores de tumor e ativam oncogenes (genes que levam ao desenvolvimento de tumores) modificam essas células, transformando-as em células-tronco cancerosas que podem gerar pólipos pré-cancerosos ou cancerosos. Essas células são essenciais para a iniciação e manutenção de um tumor em desenvolvimento.


Fatores que influenciam no desenvolvimento do câncer colorretal.


É importante saber que diversos fatores podem aumentar as chances desse tipo de câncer. Estudos científicos indicam que sua incidência e mortalidade aumentam com a idade, especialmente após os 70 anos. Por outro lado, a presença de comorbidades pode alterar o perfil etário da doença. A obesidade e o sobrepeso também influenciam positivamente no aumento da incidência da doença em idades mais jovens, assim como a presença de distúrbios metabólicos associados.


Indiscutivelmente, o fator genético é preponderante para o desenvolvimento do câncer colorretal. A presença de histórico familiar da doença aumenta muito as chances, especialmente se o grau de parentesco for próximo. Estudos apontam que a estimativa de hereditariedade do câncer colorretal pode chegar a 35% em familiares de primeiro grau.


Outro fator muito importante é a presença de doença inflamatória intestinal crônica, como a doença de Crohn, por exemplo. Nestes pacientes, a associação de uma inflamação persistente com um tratamento inadequado pode representar um forte risco para o câncer colorretal e requer vigilância constante.


Além disso, o tabagismo, a ingestão excessiva de álcool e os consumos elevados de carne vermelha e processados também representam riscos. Uma alimentação inadequada pode levar a um desbalanço na microbiota intestinal (as bactérias que habitam o intestino), o que também pode aumentar as chances de desenvolvimento do câncer.


Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico?


Nesse ponto, é importante destacar que o câncer colorretal é uma doença silenciosa. Somente em estágios mais avançados é que alguns sinais e sintomas começam a aparecer.


Dentre eles, os mais comuns são: sangramento retal, diarreia ou constipação, anemia e dor abdominal. Perceba que nenhum destes sinais são específicos para a doença, mas é muito importante procurar auxílio médico caso os mesmos sejam recorrentes. Outros achados clínicos e laboratoriais podem ser necessários para ajudar a identificar as pessoas que devem ser submetidas a uma investigação mais aprofundada por colonoscopia.


A colonoscopia é um exame de imagem que avalia internamente o intestino sendo considerado o principal exame utilizado para identificação de lesões na parede intestinal. A avaliação colonoscópica de lesões avançadas é relativamente simples, mas os cânceres colorretais iniciais podem aparecer como lesões muito sutis na mucosa.


Para estabelecer o diagnóstico final, é necessária a avaliação patológica feita por meio de biópsia intestinal. Nesse tipo de exame, é feita a coleta de um pequeno pedaço do intestino onde se encontram as lesões para posterior análise em laboratório. Além disso, exames moleculares podem ser realizados com o objetivo de identificar na amostra biomarcadores genéticos específicos para o câncer colorretal, como a mutação genética KRAS/NRAS.


O mais importante é estar ciente que a prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores estratégias contra o câncer colorretal. Sempre cultive hábitos de vida saudáveis, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos. Além disso, esteja sempre alerta a respeito da sua saúde intestinal e não hesite em procurar auxílio médico caso note alguma alteração!


Lembrete: Somente realize exames após avaliação médica.


Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes, confiáveis e atuais para que você possa cuidar ainda mais da sua saúde.

Referência:


Brenner, H., Chen, C. (2018). The colorectal cancer epidemic: challenges and opportunities for primary, secondary and tertiary prevention. Br J Cancer.


Dekker, E., Tanis, P. J., Vleugels, J. L., Kasi, P. M., & Wallace, M. B. (2019). Colorectal Cancer. Lancet.


Kuipers, E. J., Grady, W. M., Lieberman, D., Seufferlein, T., Sung, J. J., Boelens, P. G., van de Velde, C. J., & Watanabe, T. (2015). Colorectal cancer. Nature reviews. Disease primers.


Mármol, I., Sánchez-de-Diego, C., Pradilla Dieste, A., Cerrada, E., & Rodriguez Yoldi, M. J. (2017). Colorectal Carcinoma: A General Overview and Future Perspectives in Colorectal Cancer. International journal of molecular sciences.


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