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Câncer de próstata: Existe mais de um tipo da doença?



O câncer de próstata é o segundo mais frequente entre a população masculina, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ainda de acordo com o INCA, mais de 65 mil novos casos da doença são diagnosticados a cada ano, que fica atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Diante disso, a campanha Novembro azul, que busca combater e prevenir a doença, se torna ainda mais relevante.


Por ser uma doença muitas vezes silenciosa, a detecção precoce do câncer de próstata é essencial para que o tumor seja diagnosticado em seu estágio inicial, elevando a chance de um tratamento bem-sucedido.


Além disso, as últimas décadas foram marcadas por expansão das opções de tratamento, sobretudo em homens que apresentam o câncer de próstata metastático.


Classificação do câncer de próstata


A maioria dos tumores de próstata são classificados como adenocarcinomas, isto é, que acometem o epitélio glandular da próstata ou possuem a forma de uma glândula. Esses tumores são influenciados pelos andrógenos, expressam PSA e outros genes-alvo dos receptores de andrógeno e respondem à tratamentos que tem como alvo estes receptores.


No entanto, diversos estudos sugerem que uma variante neuroendócrina destes tumores parece estar associada a quadros clínicos mais graves. E, cerca de 20% dos pacientes parecem apresentar este subtipo de câncer.


Enquanto o adenocarcinoma de próstata responde bem ao tratamento com andrógenos, o tumor neuroendócrino parece ser marcado por uma diminuição da atividade dos receptores androgênicos, pelo aumento da expressão de marcadores neuroendócrinos. Ao se observar a expressão de marcadores tumorais nestes pacientes, também parece haver uma perda de RB1 e TP53. Além disso, esses tumores parecem não responder de maneira eficaz ao tratamento com andrógenos.


O que caracteriza o câncer de próstata neuroendócrino?


Após o diagnóstico do câncer pequenas células podem estar presentes no diagnóstico ou após o tratamento e podem existir paralelamente às células do adenocarcinoma. Estas pequenas células frequentemente são caracterizadas por rápido crescimento do tumor e um nível desproporcionalmente baixo de PSA no soro. Além disso, apresentam citoplasma e bordas indistintas, necrose tumoral extensa, apoptose, elevada taxa de proliferação celular e fragilidade nuclear.


As pequenas células prostáticas são semelhantes àquelas que estão presentes no câncer de pulmão, que respondem bem ao tratamento à base de platina. No entanto, não se sabe ao certo como o câncer de próstata neuroendócrino responde a esta terapia. Neste sentido, o desenvolvimento de biomarcadores que permitam identificar e diferenciar esse tipo de tumor é fundamental.


Existem biomarcadores para este tipo de tumor?


Ainda não existem biomarcadores específicos e validados para este tipo de câncer. No entanto, um grupo de pesquisadores desenvolveu um ensaio de PCR que permite quantificar o RNA das células tumorais circulantes. Através deste ensaio, denominado CTC, estes cientistas foram capazes de diagnosticar o câncer de próstata neuroendócrino com uma sensibilidade de 53% e especificidade de 91% utilizando amostras seriais.


O ensaio pode representar uma excelente oportunidade de definir o limite entre o adenocarcinoma de próstata e o tumor neuroendócrino desta glândula. E, talvez auxiliar na compreensão da melhor estratégia terapêutica para este tipo de câncer.


Compreender essas diferenças e encontrar formas de se diagnosticar os tipos de câncer com maior especificidade e sensibilidade é de fundamental importância para a escolha terapêutica e o sucesso do tratamento. E estes cuidados começam ao se realizar periodicamente os exames de toque retal e PSA. Quando chegar a sua vez, não hesite em realizar os exames. A prevenção começa por você!


Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.

Referências científicas:


Karzai F, Madan RA. Deciphering the enigma of neuroendocrine prostate cancer. J Clin Invest. 2022 Nov 1;132(21):e164611. doi: 10.1172/JCI164611.


Conteduca V, Oromendia C, Eng KW, Bareja R, Sigouros M, Molina A, Faltas BM, Sboner A, Mosquera JM, Elemento O, Nanus DM, Tagawa ST, Ballman KV, Beltran H. Clinical features of neuroendocrine prostate cancer. Eur J Cancer. 2019 Nov;121:7-18. doi: 10.1016/j.ejca.2019.08.011.


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