Avanços na Prevenção da Poliomielite: por que a famosa "Gotinha" foi substituída pela vacina injetável?
- carlos5117
- 26 de set.
- 2 min de leitura

A imagem da vacina de gotinha contra a poliomielite faz parte da memória de muitos brasileiros. Símbolo de grandes campanhas de vacinação em massa que levaram à erradicação da doença no país, a “gotinha” foi essencial para a saúde pública.
Mas a ciência não para. Com o tempo, surgem novas estratégias para tornar a prevenção ainda mais segura. É por isso que, recentemente, o Brasil adotou a vacina injetável contra a pólio (VIP) como padrão no calendário infantil.
Você sabe por que essa mudança aconteceu? Vamos explicar o que motivou a transição e como ela garante mais proteção para todos.
O papel histórico da vacina oral contra a pólio
A Vacina Oral contra a Poliomielite (VOP), conhecida carinhosamente como “gotinha”, foi uma das ferramentas mais importantes na luta contra a doença. Ela contém o vírus da pólio vivo, porém enfraquecido, e sua aplicação simples e rápida facilitou campanhas de imunização em todo o país.
Uma das grandes vantagens da VOP era a forte imunidade intestinal que ela proporcionava, ajudando a bloquear a circulação do vírus na comunidade. Além disso, ela tinha um benefício indireto: o vírus vacinal atenuado podia ser eliminado nas fezes e, em locais com saneamento básico precário, entrar em contato com outras pessoas, conferindo uma imunização passiva. Isso fortalecia a chamada imunidade de rebanho, protegendo não só quem recebia a dose, mas também quem estava ao redor.
Por que a vacina injetável se tornou a nova escolha
A principal razão para a substituição está ligada à segurança. A Vacina Inativada contra a Poliomielite (VIP), aplicada por injeção, contém o vírus morto.
Essa característica elimina completamente o risco, mesmo que raro, de reativação do vírus. Isso porque, em situações muito incomuns, o vírus atenuado da vacina oral podia sofrer mutações e dar origem ao chamado Poliovírus Derivado da Vacina (PVDV), que poderia causar a doença.
Com o vírus inativado presente na VIP, esse risco é inexistente. A mudança segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e marca a etapa final rumo à erradicação global da poliomielite, garantindo uma imunização mais segura e tecnologicamente avançada.
Um passo a mais na proteção das crianças
A troca da vacina oral pela injetável não diminui a importância histórica da “gotinha”. Pelo contrário, ela é uma prova do quanto a ciência evoluiu e segue trabalhando para oferecer o máximo de segurança na prevenção de doenças.
Ao adotar a VIP, o Brasil reforça seu compromisso com a saúde infantil e com a erradicação definitiva da poliomielite. Manter a vacinação em dia é a única forma de garantir que essa doença continue sendo apenas parte da história.
O Laboratório Biocenter apoia todas as ações de saúde pública e reforça que a vacinação é um dos pilares mais importantes da prevenção. Aproveite para verificar se a caderneta de vacinação da sua família está completa e atualizada.
Referências Científicas:
1. Ministério da Saúde (Brasil). Ministério da Saúde oficializa nova estratégia de vacinação contra a poliomielite no Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/junho/ministerio-da-saude-oficializa-nova-estrategia-de-vacinacao-contra-a-poliomielite-no-brasil
2. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Poliomielite (pólio). Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/poliomielite
3. Fiocruz. A história da vacina da poliomielite. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1266-a-historia-da-vacina-da-poliomielite
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