Quando você acorda, uma das primeiras coisas que você faz é ir ao banheiro. E isso é “culpa” dos seus rins, que trabalharam a noite toda para filtrar todo líquido ingerido durante o dia, manter as substâncias essenciais para o seu organismo e eliminar substâncias tóxicas através da urina.
Mas você sabe como os rins desempenham essas funções?
Os rins são órgãos que possuem a função principal de filtrar o sangue para eliminar toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal, como a ureia, creatinina e ácido úrico. Os rins atuam também mantendo o equilíbrio hídrico do organismo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos quando necessário, ou reabsorvendo essas substâncias em estados de desidratação, por exemplo. Além disso, os rins possuem uma atuação fundamental na regulação da pressão arterial por meio da produção de hormônios importantes, como a renina.
Os rins recebem o fluxo de sangue através da artéria renal, que se ramifica em vasos cada vez mais finos até formarem as arteríolas aferentes, que por sua vez levam o sangue aos capilares nos rins, onde tem início os processos de filtração e formação da urina.
Mas para que esse processo de filtração ocorra de forma eficiente, os rins precisam de estruturas filtradoras especializadas chamadas néfrons. Os néfrons são considerados as unidades funcionais dos rins e são compostos por vários túbulos que filtram o sangue. Ou seja, o sangue percorre essa rede de túbulos onde os rins conseguem separar substâncias tóxicas de outras que são “boas” para o organismo, reabsorvendo tudo o que for benéfico e eliminando tudo o que for prejudicial.
Na primeira fase de filtração, a urina inicial contém ainda muitas substâncias importantes para o nosso organismo, bastante semelhante ao plasma sanguíneo. Essas substâncias precisam ser reabsorvidas e transportada de volta a corrente sanguínea e vão percorrendo os túbulos dos néfrons onde são transportadas dos túbulos para capilares que estão bem próximos. Assim, o rim evita a perda de água, sódio e glicose, por exemplo.
Mas, como mencionado, em nosso sangue também temos substâncias indesejáveis para o nosso corpo. Essas e outras substâncias tóxicas são retiradas dos capilares e serão eliminadas na urina. O mesmo é válido para o excesso de algum nutriente, como a glicose. Indivíduos com diabetes não tratada podem apresentar uma quantidade de glicose tão grande no sangue, que excede a capacidade filtrante dos rins, sendo eliminada na urina.
Outro fator muito importante é a capacidade do rim de controlar a quantidade água em nosso corpo. Isso é, em parte, devido à ação de um hormônio liberado pela glândula hipófise chamado hormônio antidiurético (ADH). O ADH atua nos túbulos do néfron e regula a concentração final da urina, ao estimular a reabsorção de água. Você já deve ter reparado que, quando bebemos pouca água, geralmente urinamos menos, não é mesmo? Essa é uma das funções do ADH! Nesse estado de desidratação, nosso corpo entende que precisamos preservar toda a água que possuímos e assim entra em ação o ADH!
Apesar de toda essa importância fisiológica, nós apenas nos preocupamos com os rins quando eles já estão comprometidos, pois, muitas doenças renais crônicas são silenciosas ou seus sinais aparecem em um estágio avançado.
Por isso, monitorar o funcionamento dos rins é essencial não apenas para prevenir, mas também diagnosticar precocemente várias doenças. E, uma das formas de avaliar a função renal é por meio da coleta de urina de 24 horas.
Para que serve a coleta da urina 24 horas?
A urina de 24 horas permite avaliar a taxa de filtração de sangue pelos rins, a presença de proteínas na urina e identificar a concentração de vários sais minerais (sódio, potássio, cálcio entre outros) e outras substâncias (glicose, ureia e amônia, por exemplo).
Através desses resultados é possível diagnosticar a insuficiência renal crônica, identificar a presença de cálculos renais (“pedra nos rins”) e outras doenças ao avaliar a função renal.
Como deve ser feita a coleta da urina 24 horas?
A coleta é realizada durante 24 horas e é indicado iniciar no horário que você geralmente acorda.
O exame se inicia assim que você esvazia a bexiga pela primeira vez, o que garante que apenas a urina produzida durante o dia da coleta será analisada. O descarte da primeira urina é essencial, pois a urina que estava em sua bexiga foi produzida durante toda a noite desde a última vez que você urinou.
É muito importante anotar o horário desta primeira urina, pois a coleta deverá terminar no mesmo horário no dia seguinte. E, a partir deste momento, toda e qualquer urina deve ser armazenada no recipiente fornecido pelo laboratório, inclusive a última. Ou seja, se você esvazia a bexiga às 7h, o exame só irá terminar às 7h do dia seguinte após urinar.
Após terminar a coleta de 24 horas, é ideal manter a urina refrigerada e entregá-la ao laboratório quanto antes.
Quais cuidados devo ter na hora de realizar a coleta?
Muitas pessoas não coletam a urina de forma adequada, o que pode comprometer a avaliação do médico. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados no dia do exame:
Toda gota de urina conta, por isso, não pode urinar no vaso ao evacuar ou durante o banho. Além disso, se for sair, é recomendado levar o recipiente ou urinar apenas quando retornar para sua casa.
A urina deve ser armazenada ao longo do dia em temperatura ambiente ou refrigerada (geladeira)
Evite realizar o exame durante a menstruação ou quando há alguma alteração em seus hábitos (dieta, exercício físico, estresse, por exemplo)
Se houver perda de qualquer quantidade de urina, despreze o material e reinicie a coleta no dia seguinte, pois uma pequena perda pode comprometer o diagnóstico médico.
Com esses cuidados, você garante resultados confiáveis. A equipe do Laboratório Biocenter está preparada para orientar você antes de realizar o seu exame.
Lembrete: O exame só deve ser realizado após avaliação e indicação médica.
Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.
Referência:
Aires, M. Fisiologia. 4ª edição (2012). Ed. Guanabara Koogan
24-Hour urine collection. John Hopkins Medicine. Disponível em: https://www.hopkinsmedicine.org/health/treatment-tests-and-therapies/24hour-urine-collection
24-Hour urine collection. University of Rochester Medical Center Rochester. Disponível em: https://www.urmc.rochester.edu/encyclopedia/content.aspx?ContentTypeID=92&ContentID=P08955
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