Em meio a pandemia causada pelo novo coronavírus, fomos surpreendidos com crescentes casos de uma velha conhecida da humanidade, a gripe. Nos últimos meses, houve aumento de surtos atípicos causados pelo vírus H3N2, um dos subtipos do vírus
Influenza, causador da gripe.
Na matéria de hoje, traremos informações importantes sobre essa doença para esclarecer dúvidas e questionamentos que surgiram nas últimas semanas. Conhecer os sintomas dessa nova gripe e saber como diferenciá-la da Covid-19 é importante para entender o avanço dos dois vírus e buscar o tratamento e prevenção.
Mas, o que causa a gripe?
A gripe é causada pelos vírus do tipo influenza que são classificados em três sorotipos diferentes: A, B e C. Em geral, os sorotipos A e B são os mais comuns e que causam epidemias sazonais, enquanto o terceiro costuma causar casos mais leves. No entanto, a sintomatologia é semelhante entre eles, diferindo basicamente na intensidade e duração da doença.
O tipo A da influenza tem ganhado destaque nos últimos anos pela incidência de doenças causadas pelos vírus H1N1 (gripe suína), H5N1 (gripe aviária) e, mais recentemente, a H3N2. Este último vírus, não é exatamente novo e sua existência já é de conhecimento dos cientistas há muitos anos. Inclusive, esse é um vírus que já possui vacina produzida pelo Butantan, juntamente com a H1N1 e influenza do tipo B.
No entanto, os vírus influenza possuem uma alta capacidade de mutação, o que significa que a cada ano surgem novas variantes que, potencialmente, podem ser mais infecciosas. Esse é o caso do H3N2. Nos últimos meses foi identificada na Austrália uma nova cepa desse vírus, batizadas de H3N2 Darwin. E é justamente essa nova variante que tem causado surtos de gripe em uma época do ano que normalmente a sua incidência é baixa, pois a maioria dos casos da doença ocorrem no inverno (para maiores informações, não deixe de conferir nosso outro post sobre esse tema!).
Isso significa que a vacina da gripe não protege contra essa nova variante?
A resposta é depende. Embora a variante Darwin não esteja presente na vacina, isso não significa que ela não produz proteção. No entanto, a eficácia da vacina pode ser diminuída, de forma bastante semelhante ao que acontece com a Covid-19, onde a introdução de novas variantes, como a omicron, podem “escapar” do espectro de proteção do imunizante.
Por esse motivo, cientistas buscam desenvolver de forma rápida um novo imunizante que contemple a variante Darwin, fato que deve acontecer nos próximos meses, de acordo com o Instituto Butantan. Agora ficou mais fácil entender o motivo pelo qual precisamos tomar a vacina da gripe todos os anos!
Se a gripe é uma doença de inverno, por que estamos vivenciando um surto no verão?
Diferentes fatores podem explicar esse fenômeno. Com a pandemia da Covid-19, todas as atenções foram direcionas para o novo coronavírus e desenvolvimento de suas vacinas. Todo esse processo, juntamente com o distanciamento social e períodos de lockdown no ano de 2020 fez com que o vírus da gripe circulasse menos na população. Além disso, houve uma menor adesão às campanhas de vacinação contra a gripe nesse ano, o que aumentou as chances de surtos da doença e desenvolvimento de novas variantes.
Com o abrandamento da pandemia, as medidas restritivas foram cada mais flexibilizadas, assim como houve um relaxamento das medidas protetivas pelas pessoas. Todos esses fatores aumentaram a circulação de vírus, como o H3N2, surgindo novas cepas as quais a população não possuía imunidade.
Quais os sintomas da H3N2 Darwin?
Os principais sintomas são coriza, tosse, dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, fraqueza e febre. Estes são sinais comuns a gripe em geral e a Covid-19. Esse é um fator complicador para diferenciá-las, embora a Covid apresente também outras sintomatologias características, como a perda de olfato, paladar e dificuldade respiratória.
Por isso, é muito importante procurar auxílio médico e realizar testes para diagnóstico. A presença de sintomas leves pode induzir as pessoas a não dar a devida importância, o que pode agravar o quadro. Além disso, a identificação da doença ajuda a definir o melhor tratamento para cada caso e a prevenir o desenvolvimento da forma grave da Covid-19.
Em caso de sintomas, é possível realizar exames para diferenciação entre a gripe H3N2 e a Covid-19. No Laboratório Biocenter, contamos com testes específicos para as duas doenças, sempre visando garantir a qualidade e assertividade na geração dos resultados.
Como ambos os vírus estão circulando e apresentam forma de transmissão semelhante, casos de coinfecção por covid-19 e influenza (Flurona) começaram a ser reportados. No entanto, até o momento não existem indicativos que a infecção por Flurona apresente maior gravidade. Para o diagnóstico da Flurona, é necessário a identificação nas amostras do vírus influenza e SARS-CoV-2 concomitantemente por meio do exame PCR.
Lembrando que em caso de sintomatologia e diagnóstico positivo, recomenda-se isolamento social para qualquer uma das duas doenças por pelo menos sete dias para evitar a contaminação de outras pessoas.
A prevenção é o melhor remédio!
Enquanto não houver vacina disponível, a melhor estratégia é a prevenção. A adoção de medidas protetivas, como a utilização de máscaras, distanciamento social e uso do álcool em gel seguem em vigor. Assim você garante proteção contra a gripe e contra as variantes da covid-19, além de frear a disseminação de ambas as doenças.
Lembrete: Em caso de sintomas, procure assistência médica e realize o exame para diagnóstico.
Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de deixá-los sempre bem-informados e atualizados, trazendo conteúdos relevantes e de qualidade para você.
Referências:
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Fio Cruz. 2021. https://portal.fiocruz.br/noticia/h3n2-darwin-saiba-mais-sobre-o-tipo-do-virus-influenza-em-circulacao-no-pais
Hyrkäs-Palmu, H., Ikäheimo, T. M., Laatikainen, T., Jousilahti, P., Jaakkola, M. S., & Jaakkola, J. J. (2018). Cold weather increases respiratory symptoms and functional disability especially among patients with asthma and allergic rhinitis. Scientific reports.
Jester, B. J., Uyeki, T. M., & Jernigan, D. B. (2020). Fifty Years of Influenza A(H3N2) Following the Pandemic of 1968. American journal of public health.
Sajjad, H., Majeed, M., Imtiaz, S., Siddiqah, M., Sajjad, A., Din, M., & Ali, M. (2021). Origin, Pathogenesis, Diagnosis and Treatment Options for SARS-CoV-2: A Review. Biologia, 1-19.
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