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Doença de Alzheimer - As mulheres têm maior risco de desenvolver a doença?


Ao olhar para o ambiente em que vivemos, é possível perceber que a população idosa tem aumentado consideravelmente nos últimos anos no Brasil e no mundo.


Esse aumento da expectativa de vida tem relação com a melhor qualidade de vida, o avanço da medicina e muitos outros fatores. Contudo, o envelhecimento também aumenta o risco de desenvolvermos doenças crônicas, sobretudo aquelas que comprometem as funções cognitivas do indivíduo.


Uma dessas condições atinge mais de 1 milhão de pessoas só no Brasil e se caracteriza principalmente pela perda gradativa da memória.


Estamos falando da Doença de Alzheimer


O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que pode ser dividida em três estágios. No primeiro, o paciente apresenta dificuldade para se lembrar de fatos recentes, se localizar no tempo e no espaço. Além disso, oscilações de humor e dificuldades para tomar decisões também podem ocorrer.


Conforme a doença avança, o paciente não consegue mais executar sozinho as tarefas do dia a dia, como cozinhar e cuidar da casa. Dessa forma, coisas que o coloque em risco, como deixar o gás aberto e o fogão aceso, se tornam mais frequentes. A pessoa com Alzheimer começa a apresentar dificuldade para reconhecer parentes, amigos e até mesmo a casa em que mora. Neste estágio, sinais físicos (incontinência urinária e fecal, dificuldade de deglutição, entre outros) tornam esse paciente totalmente dependente de um cuidador.


Quais são as causas da doença de Alzheimer?


Apesar dos avanços científicos, ainda não se sabe ao certo, quais são as causas da doença de Alzheimer. Entretanto, o cérebro desses pacientes apresenta alterações anatômicas devido à maior produção e acúmulo da proteína beta-amiloide (formação das placas senis) e do aumento da atividade da proteína tau (formação de emaranhados neurofibrilares) em regiões essenciais para a aquisição de memórias, como o hipocampo e no córtex cerebral.


Além disso, a comunicação entre as células neurais está comprometida devido a uma diminuição do número de neurônios, assim como do volume cerebral. Essa perda neuronal atinge principalmente as regiões envolvidas na formação de memória, mas, conforme a doença evolui, outras regiões podem ser comprometidas.


Nem toda perda de memória é Alzheimer


Outros fatores, como o estresse e um sono de qualidade ruim, também comprometem a nossa memória. Esquecer algumas coisas quando você está muito preocupado com o trabalho ou com aquela conta atrasada, não significa que você tem ou virá a apresentar a doença!


O Alzheimer não é a única condição que causa demência e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com o processo natural de envelhecimento. Por isso, a busca por orientação médica é adiada. Consequentemente, o seu diagnóstico é feito em um estágio mais avançado da doença.


O diagnóstico se baseia na avaliação clínica


Nessa avaliação, o médico realiza testes cognitivos que permitem acessar a memória e comportamentos do paciente e identificar a intensidade dessas perdas em relação ao exame anterior. Além disso, exames de sangue e imagem (ressonância magnética), podem complementar a avaliação ao excluir a possibilidade de outras doenças que desencadeiam os sintomas. Isso acontece porque o diagnóstico conclusivo só pode ser obtido pela avaliação microscópica do tecido cerebral do paciente após o seu falecimento, que permite identificar a presença placas senis e emaranhados neurofibrilares.


Quais são os fatores de risco da doença?


A doença de Alzheimer não é considerada uma doença hereditária. Contudo, pessoas que apresentam familiares próximos com Alzheimer possuem um risco maior de desenvolvê-la no futuro. Mas o estilo de vida não saudável (sedentarismo e tabagismo, por exemplo) e a presença de outras comorbidades (doenças cardiovasculares, diabetes) também podem contribuir para o seu surgimento. Porém, a idade parece ser um dos principais fatores de risco para a doença, dado que a maioria dos casos é diagnosticada após os 65 anos de idade.


As mulheres possuem um risco maior de desenvolver a doença


Isso vai além da expectativa de vida mais alta do sexo feminino. Parece envolver as alterações hormonais que acontecem no final da vida reprodutiva da mulher e influenciam na sua função cognitiva.


Durante este período (perimenopausa), a produção de progesterona diminui e ocorrem importantes oscilações nos níveis de estrogênio. Essas flutuações fazem com que o feedback negativo para o hipotálamo e a hipófise seja perdido. Com isso, há um aumento na liberação dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH) pela hipófise.


Em um estudo realizado em camundongos, os pesquisadores demonstraram que o aumento dos níveis de FSH, devido à retirada dos ovários, contribuiu para a piora das funções cognitivas desses animais. O aumento da concentração deste hormônio também foi suficiente para aumentar a deposição das proteínas beta-amiloide e tau nas estruturas envolvidas com a formação de memória (hipocampo e córtex cerebral). Além disso, contribuiu para o aumento da inflamação e da morte neuronal nessa região.


Contudo, ao diminuir a atividade do hormônio FSH, os danos cognitivos desses animais foram revertidos de maneira significativa. Esses resultados ajudam os pesquisadores a compreender cada vez mais as causas da doença de Alzheimer e, ainda traz novas perspectivas sobre agentes terapêuticos que foquem em diminuir a atividade do hormônio FSH.


Cabe ressaltar que ainda não existe cura para a doença de Alzheimer. Dessa forma, os tratamentos disponíveis servem apenas para melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida desses pacientes ao aliviar os sintomas existentes e retardar a evolução da doença.


Lembrete: Somente realize exames e testes e utilize medicamentos após avaliação e indicação médica.


Nós, do Laboratório Biocenter, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.

Referências:


O que é Alzheimer. Associação Brasileira de Alzheimer. Disponível em: https://abraz.org.br/2020/sobre-alzheimer/o-que-e-alzheimer-2/. Acesso em: 02 mai. 2022.


Weber M. T, Maki P. M, McDermott M. P (2014). Cognition and mood in perimenopause: a systematic review and meta-analysis. The Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology.


Xiong J, Kang S. S, Wang Z et al (2022). FSH blockade improves cognition in mice with Alzheimer’s disease. Nature.


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